Ex-ministro enviou reportagem sobre centro de inteligência do crime organizado ao então diretor da Abin
O general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), afirmou durante uma conversa com Saulo Moura da Cunha, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que o Primeiro Comando da Capital (PCC) possui um órgão de inteligência que está anos à frente da Abin.
Em fevereiro deste ano, houve uma troca de mensagens entre o general Dias e Saulo, que ainda estavam em suas posições de liderança. Durante a conversa, às 11h45 da manhã, Dias compartilhou com Saulo um link de uma matéria do portal Metrópoles e comentou “Anos à nossa frente”.
O artigo descreve o funcionamento do centro de inteligência considerado “moderno” pelo PCC. “O grupo funciona como uma ampla rede de criminosos”, informa o portal de notícias. “A sintonia restrita é uma célula que trata de assuntos extremamente sigilosos e relevantes para a cúpula da facção, formada por membros de extrema confiança do comando e com elevado poder decisório.”
Um documento técnico elaborado pelo Ministério Público de São Paulo foi acessado pelo veículo, o qual descreve a atividade dos membros “intelectuais” da facção. Após receber a mensagem do ministro, Saulo responde. “Sim. Mas eles podem tudo. Não precisam responder nem ao juiz, nem ao controle externo”. G.Dias complementa o então diretor da Abin: “E tem grana”.
De acordo com a matéria, os integrantes da equipe de inteligência do PCC possuem total liberdade para se deslocarem pelo país e recolherem dados. Eles monitoram as residências das autoridades que estão sob ameaça de morte, vigiam seus alvos, mapeiam os veículos utilizados pelas vítimas e criam uma programação das atividades diárias das pessoas marcadas para serem assassinadas. Além disso, os criminosos utilizam uma rede exclusiva para compartilhar as informações. As informações são da Revista Oeste.