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Sede do partido de María Corina Machado é vandalizada na Venezuela com ameaças

Sede do partido opositor Vente Venezuela é alvo de vandalismo e ameaças na fronteira com a Colômbia.

Neste sábado (22), o partido opositor Vente Venezuela, liderado por Maria Corina Machado, denunciou o vandalismo ocorrido em uma de suas sedes no município de García de Hevia, localizado na fronteira com a Colômbia. As ações de vandalismo incluíram ameaças dirigidas à líder política e a assinatura de uma guerrilha nas mensagens ameaçadoras.

O grupo utilizou as redes sociais para divulgar imagens do ocorrido e manifestou repúdio a essas ações, considerando-as como uma nova forma de intimidação promovida pelo regime de Nicolás Maduro. Acredita-se que tais atos visam sabotar as eleições primárias da oposição, previstas para ocorrer em outubro.

Apesar do vandalismo e das ameaças enfrentadas, o Vente Venezuela afirmou que a sede em García de Hevia será reinaugurada com mais força na próxima segunda-feira, mostrando a determinação do partido em não se deixar abater pelos obstáculos impostos.

“Assim amanheceu o que será a sede de Vente no município de García de Hevia. Na próxima segunda-feira, 24, com mais força, estaremos inaugurando a casa azul deste município sequestrado de nosso estado. Esta luta, repetimos, é até o fim”, escreveu o partido em sua conta no Twitter junto com as fotos nas quais se via a fachada do local grafitada com as mensagens “Morte a Maria Corina” e “Primárias sem Maria Corina”.

Essas frases estavam acompanhadas, por sua vez, da assinatura do Exército de Libertação Nacional (ELN), um grupo guerrilheiro que, de acordo com várias ONGs, opera em municípios fronteiriços da Venezuela. Em resposta, a comissão de direitos humanos de Vente apontou seu repúdio a “todos esses ataques do regime contra a dirigente e todo o seu time em todo o país” e sustentou, por outro lado, que “seus direitos fundamentais, políticos e o direito à livre trânsito foram violados”.

“Qualquer coisa que possa acontecer a qualquer membro de Vente Venezuela tem um único responsável direto: Nicolás Maduro”, sentenciou em seguida.

Machado é uma das candidatas da oposição que participará das eleições internas de 22 de outubro, nas quais buscará se tornar a escolhida do bloco para enfrentar o chavismo nas eleições de 2024 e derrubá-lo do poder. No entanto, o regime de Maduro leva anos atentando contra a política e, nos últimos tempos, suas ações só se intensificaram.

Em 30 de junho, a Assembleia Nacional – de maioria oficialista – inabilitou a candidata por 15 anos para exercer cargos públicos em decorrência de uma “investigação patrimonial”.

Embora isso não a impeça de competir nas eleições deste ano – por se tratar de uma questão interna da oposição – ela estaria bloqueada para fazê-lo em 2024, nas eleições nacionais.

No entanto, a candidata continuou com seus atos de campanha por todo o país e retrucou assegurando que sua luta é “até o fim” e que será “com força”.

Ao mesmo tempo, o regime ordenou uma série de ataques a Machado e sua equipe durante suas aparições em diferentes cidades.

O último deles ocorreu nesta quinta-feira, quando ela se dirigia ao estado de Guárico, mas viu seu caminho bloqueado – momentaneamente – por um grupo de coletivos armados oficialistas que bloqueavam a via. “Estamos entrando de La Pascua e nos encontramos com a estrada bloqueada, com indivíduos armados, encapuzados, enviados pelo regime”, denunciou em um vídeo Machado, que momentos depois conseguiu chegar ao local e foi recebida com grande calor pelos vizinhos.

Dias antes, em 14 e 15 de julho, a líder de Vente Venezuela protagonizou outros dois episódios em que apoiadores de Maduro tentaram sabotar sua aparição em Vargas e Petare.

“Estamos cientes de que esta luta que estamos travando é pela união da Venezuela e para derrotar uma tirania que se dedicou a semear o terror e a violência como vimos hoje”, respondeu então a candidata.

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