Fast Food é Considerado “Traição ao Regime”
O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, anunciou novas medidas repressivas, incluindo a proibição do consumo de cachorro-quente e a prisão de casais divorciados. Segundo o jornal britânico The Sun, o líder norte-coreano classifica o popular fast food como um símbolo da “decadência ocidental” infiltrada no país.
A partir de agora, qualquer pessoa flagrada vendendo ou cozinhando cachorro-quente, seja em casa ou nas ruas, poderá ser enviada a campos de trabalho forçado. Esses campos são notoriamente conhecidos por abrigar “inimigos” do regime comunista.
Além disso, as vendas de budae-jjigae, um prato coreano-americano que mistura caldo, pasta de pimenta, kimchi, presunto enlatado, feijão e salsicha, também foram interrompidas. “As vendas de budae-jjigae no mercado pararam”, relatou um vendedor da província de Ryanggang ao The Sun. Importado da Coreia do Sul em 2017, o prato ganhou popularidade, mas agora é visto como mais um elemento da cultura capitalista que o regime busca eliminar.
Divorciados Enfrentam Prisão e Trabalhos Forçados
Outra medida drástica de Kim Jong-un é a punição para casais em processo de divórcio. Sob as novas regras, divorciados devem cumprir seis meses de trabalhos forçados, com a justificativa de que a separação é um ato “antissocialista”. Relatos indicam que mulheres podem enfrentar sentenças ainda mais severas.
Até recentemente, as punições eram direcionadas apenas à parte que solicitava o divórcio, mesmo em casos de abuso físico. Agora, ambos os cônjuges serão enviados para campos de trabalho logo após a oficialização do divórcio, informou a Radio Free Asia (RFA).
“Fui ao Tribunal Popular do condado de Kimjongsuk, onde 12 pessoas haviam recebido o decreto de divórcio”, relatou um morador de Ryanggang. “Imediatamente após a decisão, eles foram transferidos para o campo de trabalho no condado. Até o ano passado, apenas quem pedia o divórcio era punido.”
Taxas de Divórcio em Alta
As taxas de divórcio aumentaram significativamente na Coreia do Norte durante a pandemia de Covid-19, quando as restrições agravaram as dificuldades financeiras dos casais. A RFA destacou que a medida reflete o esforço do regime para manter um controle rígido sobre a sociedade, mesmo em questões pessoais.