Fórum em Roma tem patrocínio da JBS, dos Irmãos Batista, que estiveram envolvidos em escândalos nos governos do PT
O saldo inicial das despesas com viagens de autoridades e assessores brasileiros a um evento em Roma, na Itália, é de mais de R$ 144 mil em dinheiro público.
O 2º Fórum Esfera Internacional, que ocorreu nos dias 10 e 11 de outubro, contou com a participação de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), membros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e representantes do Congresso Nacional.
Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, viajou para a capital da Itália em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Ele foi acompanhado por Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Os ministros do STF, Luís Roberto Barroso e Dias Toffoli, também estiveram presentes no fórum. Foi afirmado pela Corte que as passagens e diárias dos magistrados não foram pagas.
A agenda do fórum contou com um debate que teve a participação de Wesley Batista, acionista do grupo J&F. A empresa JBS, parte da holding dos irmãos Batista, foi a patrocinadora do evento.
Em 2017, Wesley e Joesley Batista, irmãos, foram figuras principais no escândalo político que colocou em risco o mandato de Michel Temer (MDB), após ser revelada uma conversa gravada pelo próprio Joesley com o então presidente.
Lewandowski leva dois assessores à Itália: R$ 60 mil
No ano de 2023, o acordo de leniência que a J&F havia firmado com o Ministério Público Federal (MPF) teve seus efeitos suspensos por Dias Toffoli.
As informações acessíveis em plataformas de transparência revelam que o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, viajou com dois assessores. O custo das diárias e passagens dos assistentes foi de R$ 60 mil.
O chefe da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, também esteve presente. A viagem de um conselheiro de Rodrigues teve um custo aproximado de R$ 20 mil.
Segundo as normas referentes à presença de autoridades brasileiras em compromissos internacionais, existe a possibilidade de convites para eventos e palestras fora do país sem despesas ou com custos parciais para a administração pública.
Membros do Executivo federal têm a possibilidade de ter suas viagens custeadas por terceiros, como por exemplo, organismos internacionais.
É admitido pelo Senado a complementação do valor da diária, caso as despesas com “pousada, alimentação e transporte urbano” pagas por outras entidades ou órgãos privados sejam inferiores ao montante previsto. As informações são da Revista Oeste.