Defesa de Bolsonaro pede arquivamento da ação sobre joias após TCU liberar Lula

Maioria Decide que Presentes Recebidos por Ex-Presidentes Podem Ser Avaliados até Criação de Lei Específica
Jair Bolsonaro Foto, Isac Nóbrega,PR Jair Bolsonaro Foto, Isac Nóbrega,PR
Jair Bolsonaro Foto, Isac Nóbrega,PR

Maioria Decide que Presentes Recebidos por Ex-Presidentes Podem Ser Avaliados até Criação de Lei Específica

A decisão foi tomada por maioria e pode ser aplicada a outros presentes recebidos por ex-presidentes até que haja uma lei específica sobre o tema

Os representantes legais do ex-presidente (PL) solicitaram, nesta segunda-feira (12), o encerramento do inquérito relacionado a um alegado esquema de comercialização de presentes durante seu mandato. Na solicitação, a defesa de Bolsonaro menciona uma decisão recente do TCU (Tribunal de Contas da União). Esta decisão estabeleceu que o ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT) não é obrigado a devolver um relógio Cartier de ouro, estimado em R$ 60 mil, que recebeu como presente em 2005 na França durante seu primeiro mandato na Presidência. A solicitação foi apresentada em um processo em curso no STF e foi enviada à PGR (Procuradoria-Geral da República).

A maioria decidiu que esta decisão pode ser estendida a outros presentes recebidos por ex-presidentes, como Jair Bolsonaro, até que seja criada uma lei específica para o assunto. O caso foi julgado pelo TCU após o deputado federal Sanderson (PL-RS) solicitar que Lula retornasse o relógio para o acervo público da Presidência. O tribunal estabeleceu uma norma em 2016, definindo que todos os documentos e presentes recebidos pelos presidentes da República desde 2002, com a exceção de itens de natureza extremamente pessoal ou de uso pessoal, devem ser integrados ao patrimônio da União.

“A decisão administrativa que reconhece a licitude do comportamento — se isenta de vícios e cercada das formalidades legais — interfere diretamente na seara criminal, porque afasta a necessidade deste último controle, pelo princípio da subsidiariedade”, diz a defesa.

Acesso

Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou à Secretaria Judiciária do Tribunal que informe à defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre todos os procedimentos e medidas no processo sobre a tentativa de entrada ilegal no Brasil de joias doadas pela Arábia Saudita. Para o ministro, a decisão é necessária para assegurar o respeito ao devido processo legal, à ampla defesa e ao contraditório.

No mês de julho, o relatório de indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus auxiliares por supostas vendas ilegais de joias, que foram presentes de autoridades internacionais, foi entregue ao STF pela Polícia Federal.

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