Crime organizado controla mais de mil postos de gasolina, diz Lewandowski

Ministro da Justiça anuncia inquérito para investigar infiltração criminosa no setor de combustíveis
Ricardo Lewandowski Ricardo Lewandowski
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Ministro da Justiça anuncia inquérito para investigar infiltração criminosa no setor de combustíveis

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, declarou, nesta quarta-feira (5), que organizações criminosas controlam mais de mil postos de combustíveis no Brasil. Segundo ele, esses estabelecimentos são utilizados como fachada para lavagem de dinheiro, o que compromete a segurança econômica do setor.

A afirmação foi feita durante a primeira reunião do Núcleo de Combate ao Crime Organizado, criado em janeiro de 2024. Durante o encontro, Lewandowski anunciou a instauração de um inquérito pela Polícia Federal para investigar a formação de cartéis e a infiltração do crime organizado no ramo de combustíveis.

A reunião contou com a presença de autoridades, como:

Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal;
Alexandre Cordeiro Macedo, presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade);
Ricardo Liáo, presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf);
✔ Outras lideranças da segurança pública e econômica.

Além da investigação, o ministro anunciou a criação de um subgrupo permanente, que fornecerá informações estratégicas para apoiar a Polícia Federal no combate ao crime organizado.

“O crime organizado infiltrado no setor de combustíveis tem gerado grandes prejuízos à economia nacional, não só pela sonegação de bilhões em impostos, mas também pela prática de lavagem de dinheiro, adulteração de produtos e formação de cartéis”, afirmou Lewandowski.

Tarcísio já havia alertado sobre a infiltração do crime organizado no setor

As declarações de Lewandowski confirmam alertas anteriores feitos pelo governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, que, em maio de 2024, afirmou que o Primeiro Comando da Capital (PCC) controla 1,1 mil postos de gasolina e está expandindo suas operações para a aquisição de usinas de etanol.

“O PCC não vai pagar o preço justo pela cana-de-açúcar”, disse Tarcísio. “A facção vai chantagear o produtor para pagar um preço menor, ele vai usar a força para isso.”

O governador também destacou que grande parte do desmatamento ilegal da Amazônia é promovida por organizações criminosas, e não pelo agronegócio.

“Quando se fala em desmatamento da Amazônia, e, às vezes, se quer atribuir a responsabilidade ao agronegócio, se esquece que boa parte do desmatamento ocorre pelas mãos do crime organizado, que detém o comando da maioria absoluta dos garimpos na Região Norte”, afirmou Tarcísio.

Além disso, ele mencionou que o Comando Vermelho, facção criminosa do Rio de Janeiro, também exerce influência sobre a extração ilegal de minérios na região.

Segundo Tarcísio, existem dois problemas centrais que precisam ser enfrentados no combate às facções criminosas:

A lavagem de dinheiro, que ocorre por meio da infiltração do crime em negócios aparentemente lícitos;
O domínio territorial, com facções disputando controle de áreas estratégicas.

“O que aconteceu na Baixada Santista foram confrontos em função de uma reconquista do território”, afirmou. “Isso é fundamental.”

Plano de segurança para a Amazônia

Na mesma reunião, Lewandowski anunciou o Plano Amas (Amazônia: Segurança e Soberania), um projeto de segurança integrado que envolve os nove Estados da Amazônia Legal.

O plano, coordenado com a Polícia Federal, tem como foco a prevenção e repressão de crimes ambientais e contará com o apoio de organizações internacionais, como a Interpol e a Europol, além de parcerias com países vizinhos.

O Núcleo de Combate ao Crime Organizado, que promoveu a reunião, tem como objetivo:

Mapear e analisar informações sobre grupos criminosos;
Acelerar processos de identificação e confisco de bens ilícitos;
Garantir que os recursos apreendidos sejam utilizados no fortalecimento da segurança pública.

A ampliação do crime organizado no setor de combustíveis e na região amazônica evidencia os desafios enfrentados pelo governo no combate às facções criminosas. A expectativa agora é que as investigações resultem em ações concretas para desmantelar essas redes criminosas.


2 comments
  1. Agora resta uma dúvida:
    1- Essa “investigação” vai ser culpa de Bolsonaro;
    Ou
    2- Agora que não precisam mais dos seus eLeitores e patrocinadores vão virar às costas, dando sinal de que vem um golpe aí igual a Venezuela e Cuba!!!
    Ou
    3- É só uma cortina de fumaça para algo pior???!!!!

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