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Coronel Tadeu: relação entre Polícia Militar e Doria está ‘desgastada’

Em entrevista ao Opinião no Ar, da RedeTV!, deputado defende direito de policiais de participarem da manifestação do dia 7

Em entrevista ao programa Opinião no Ar, da RedeTV!, exibido nesta quarta-feira, 25, pela RedeTV!, o deputado federal Coronel Tadeu (PSL-SP) afirmou que a relação entre a Polícia Militar de São Paulo (PM-SP) e o governo do Estado está “desgastada” há alguns anos.

O governador João Doria (PSDB) anunciou o afastamento do chefe do Comando de Policiamento do Interior-7, coronel Aleksander Lacerda, por indisciplina. Lacerda é apoiador do presidente Jair Bolsonaro e convocou pessoas para irem à manifestação programada por simpatizantes do governo federal no dia 7 de setembro, na Avenida Paulista.

“É uma situação chata que aconteceu. Ele foi afastado, mas não foi punido até o presente momento. O afastamento é absolutamente lícito porque o governador do Estado é o comandante supremo da PM. Ele manda. Foi eleito para isso”, reconheceu Tadeu. “O clima que gerou em cima disso tem uma origem. Essa relação com  PM está desgastada há um bom tempo. Em 2018, o governador João Doria prometeu na campanha que faria uma recomposição salarial. O salário dos policiais de São Paulo está muito defasado, há muito tempo sem reposição inflacionária. Isso não aconteceu. Ele já quebrou um compromisso.”

O deputado prosseguiu elencando alguns exemplos da “quebra de confiança” entre Doria e a PM paulista. “Em 2019, em uma reunião do Alto Comando da PM, ele simplesmente deu um pito em um coronel antigo porque estava usando o celular. Na verdade, o coronel estava fazendo a ata da reunião. Estava trabalhando com o celular”, recordou. “Em outubro de 2019, na cidade de Taubaté, ele chamou um grupo de veteranos de ‘vagabundos’. Aí o caldo entornou.”

Segundo Tadeu, a PM de São Paulo é “legalista”. “Jamais a polícia vai afrontar o governador Doria. Isso não vai acontecer. Mas a insatisfação fica”, afirmou o deputado.

Coronel Tadeu disse ainda que não há nenhum dispositivo legal contra a eventual participação de um policial militar em uma manifestação, como a que está programada para o dia 7. “A Constituição diz que é livre a manifestação do pensamento. Você pode se manifestar. Aos policiais militares existem vedações muito claras: não se filiar a partido político, não pertencer a nenhum sindicato e é proibida a grave. Tirando isso, não há mais proibições”, afirmou. “O policial militar é um sujeito que, antes de ser policial, é um brasileiro. Ao brasileiro é permitido o direito de manifestação.”

Marcelo Ramos

O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), que também participou do Opinião no Ar, demonstrou preocupação com a participação de policiais na manifestação do dia 7. Segundo o parlamentar, trata-se de um ato “ilegítimo” porque prega, no seu entender, “a invasão e o fechamento do Supremo Tribunal Federal”.

“Essa não é uma manifestação legítima. Se a pauta for essa, é uma manifestação inconstitucional”, criticou Ramos, que faz oposição a Bolsonaro. “A premissa para mim é outra. Podem defender o presidente Bolsonaro, podem defender o que bem entenderem. Mas não pode haver manifestação para propugnar invasão ou o fechamento do STF. Aí é fora das quatro linhas.”

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