Empresário Rubens Ometto questiona futuro presidente do Banco Central sobre política econômica do governo
O empresário Rubens Ometto, controlador da Cosan, levantou questões incisivas ao diretor de Política Monetária e futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, durante um evento da Esfera Brasil. Ometto expressou duras críticas à condução econômica do governo e questionou a possibilidade de mudanças no rumo da política econômica, em meio a preocupações com os impactos das decisões fiscais e monetárias.
Desabafo e Críticas Diretas
Ao receber o microfone para interpelar Galípolo, Ometto não poupou palavras. “É uma coisa que, desculpe o francês, estamos ferrados”, declarou, em um tom de insatisfação evidente. A crítica teve como pano de fundo um comentário anterior de Galípolo, que mencionou a necessidade de o Banco Central “pisar no freio” em relação à política monetária, justificando o aumento das taxas de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
“Me deixa muito preocupado. Porque você, como presidente do BC, é a mesma coisa que você estar dirigindo o automóvel e você estar dizendo que pode brecar, pode acelerar; não pode virar a direção. E se você está vendo o carro indo para um lugar que não seja o desejável”, argumentou o empresário.
Economia em Xeque: Déficit Fiscal e Juros Altos
Ometto apontou que a situação econômica atual está sendo agravada por escolhas políticas que não enfrentam o déficit fiscal. “Porque está muito fácil resolver, é só resolver o problema do déficit fiscal e tudo se assenta. Mas eles não querem fazer isso, e não enfrentam esse problema”, afirmou, em alusão ao pacote de gastos recém-anunciado pelo governo, que elevou o dólar a R$ 6,00.
Segundo ele, a alta contínua das taxas de juros inviabiliza investimentos em infraestrutura e parcerias público-privadas (PPPs). “Os investimentos que todo mundo fala que vai ter de infraestrutura, PPPs, não vão acontecer, porque o empresário que investir dinheiro com essa taxa de juros, ele vai quebrar.”
O empresário também destacou que a incapacidade das empresas de investir para atender à demanda pode agravar problemas inflacionários no futuro.
Pressões sobre o Banco Central
Durante sua intervenção, Ometto dirigiu-se a Galípolo sobre os debates econômicos realizados dentro do governo e do Partido dos Trabalhadores (PT). “Minha pergunta e minha curiosidade. Nos seus debates técnicos, no nível de Fazenda, de presidência do PT, dos políticos do PT, como é esse debate?”, indagou.
Galípolo respondeu que sua função no Banco Central é esclarecer visões sobre o comportamento do mercado e as expectativas econômicas, ressaltando a autonomia da autoridade monetária. “O Banco Central não está lá para dar sugestões de política fiscal, nem de comunicação, nem de qualquer coisa”, afirmou.
Inflação e Juros: Preocupações Persistentes
Ometto concluiu suas críticas alertando para o impacto das taxas de juros sobre as empresas, que, segundo ele, serão forçadas a repassar os custos para os preços, o que alimentará ainda mais a inflação. “Empresas que pagam as elevadas taxas de juros do Brasil acabarão precisando repassar custos para os preços, sob pena de quebrarem.”
André Esteves, presidente do conselho do BTG Pactual, interveio para suavizar o debate, ressaltando que não é papel do Banco Central gerir a política fiscal. “É muito injusto cobrar do BC a gestão da política fiscal”, declarou.
estamos todos ferrados, PT é um cancer
Este cidadão esperava o que deste Governo com Lula à frente ?