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Argentina congela preço da carne para ‘conter inflação’

Produtores e especialistas criticaram medidas de Alberto Fernández

O governo da , país que sofre com uma inflação, que chegou a 99% em janeiro, tenta outra manobra populista para conter preços. Dessa vez, o presidente Alberto Fernández anunciou o congelamento de preços da carne bovina.

O Programa Preços Justos para Carne, que começou a vigorar nesta sexta-feira, 17, estabelece reduções de 30% a 35% nos preços de sete cortes de carne bovina e irá vigorar até 31 de março. A partir de 1º de abril e até 30 de junho, os cortes passarão por aumentos mensais de preços de 3%.

O plano inclui subsídios aos produtores para custear até 40% da alimentação necessária para os animais aguardando abate em confinamento e benefícios para os açougues, com o objetivo de reduzir a evasão fiscal.

Trata-se de uma nova versão do programa Preços Justos, por meio do qual o governo faz acordos “voluntários” com empresas, produtores e o varejo para fixar preços de itens de primeira necessidade, na tentativa de conter a inflação na Argentina.

Produtores criticam programa

A Associação Argentina de Produtores Agropecuários (AAPA) rejeitou as medidas anunciadas pelo governo argentino para impulsionar a produção pecuária e o consumo de carne com descontos.

O grupo critica o impacto das retenções, bem como o flagelo da seca, na produção agrícola e lembra que os campos dedicados à pecuária são extensões de menor qualidade e dedicados à subsistência, e não à agricultura intensiva.

“A carne bovina sempre foi a moeda de troca do populismo. É fácil sacrificar a entrada de dólares das exportações desse setor, já que são irrisórios em relação aos grãos”, indica o documento, em que também pedem um baixo gasto público e maiores medidas de recuperação do mercado internacional.

Em declarações publicadas pelo jornal Clarín, o consultor na área de pecuária Víctor Tonelli afirmou que a medida é “jogar para a torcida”. “É sempre a mesma coisa, nada de novo sob o sol: um acordo com redes de supermercados e exportadores que atendem os 30% dos consumidores com mais recursos”, criticou. As informações são da Revista Oeste.

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