Chile anuncia que diplomatas da Venezuela deixarão o país nas próximas horas

Corpo diplomático da Venezuela deixará o Chile após ordem de Maduro
Boric Boric
(Gob/Divulgação)

Corpo diplomático da Venezuela deixará o Chile após ordem de Maduro

Na terça-feira (30), foi confirmado pelo governo chileno que a equipe diplomática venezuelana sairá do país nas “próximas horas”. Essa medida vem após a Venezuela mandar a retirada imediata de suas missões no Chile e em mais seis países que não reconheceram a reeleição de Nicolás Maduro.

Durante uma coletiva de imprensa, Gloria de la Fuente, subsecretária de Relações Exteriores do Chile, confirmou a iminente partida do embaixador venezuelano no Chile, Arévalo Méndez. Ela também mencionou que a equipe chilena em Caracas, sob o comando do embaixador Jaime Gazmurri, estará de volta a Santiago “antes de sexta-feira”.

A Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai tiveram suas missões diplomáticas expulsas da Venezuela, em resposta a alegações de falta de transparência na apresentação dos resultados eleitorais pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

A Embaixada da Venezuela no Chile comunicou através das redes sociais que, a partir da próxima segunda-feira, todos os procedimentos foram “suspensos indefinidamente”, incluindo a emissão e coleta de passaportes.

Dezenas de venezuelanos chegaram ao prédio da diplomacia chilena, localizado no bairro de Providencia, em Santiago, logo no início da manhã, em busca de mais informações.

O presidente chileno, Gabriel Boric, expressou que a remoção de diplomatas chilenos pela Venezuela “mostra uma intolerância imprópria para as democracias”, contudo, assegurou que não ocorrerá uma quebra completa nas relações bilaterais entre as duas nações.

“O Chile nunca será um país inclinado a romper relações com ninguém. A única vez na história democrática que o Chile rompeu relações diplomáticas foi em 1943, com a Alemanha nazista e com o Japão”, declarou Boric antes de retornar de uma visita oficial aos Emirados Árabes Unidos.

Boric estava entre os primeiros líderes globais a pedir transparência na apuração dos votos e a questionar os resultados anunciados no domingo à noite pelo CNE, que proclamou Nicolás Maduro como o ganhador da eleição presidencial com 51,2% dos votos.

O ex-diplomata Edmundo González Urrutia, que foi o maior adversário de Maduro nas eleições, alcançou 44,2% dos votos, de acordo com o único boletim divulgado pelo CNE, que não divulgou o que aconteceu com 2.394.268 votos.

A denúncia de irregularidades na contagem foi feita pela oposição, que também exigiu a total divulgação dos resultados. Essa solicitação recebeu o apoio da maioria dos países da região, da ONU e do Carter Center, este último atuando como observador internacional.



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