CEO da Rumble Diz que Carta dos EUA a Moraes Foi “Sem Precedentes” 

O governo Trump considera que o banimento do Rumble do Brasil por Moraes fere a soberania nacional e o direito à liberdade de expressão
Rumble 712x370.jpg Rumble 712x370.jpg
Foto: Reprodução/X/@Chrispavlovski

O governo Trump considera que o banimento do Rumble do Brasil por Moraes fere a soberania nacional e o direito à liberdade de expressão

Em maio, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) remeteu uma missiva ao ministro . A carta criticava o Supremo Tribunal Federal (STF) por ter instruído a plataforma de vídeos Rumble a limitar a liberdade de expressão de um usuário em território americano.

A correspondência, despachada no dia 7 de maio e divulgada na última quinta-feira, 29, caracteriza as instruções como um desrespeito internacional sem validade jurídica nos EUA.

A Rumble, uma plataforma americana de compartilhamento de vídeos conhecida por sua oposição à censura encontrada em outras e plataformas de vídeo, está envolvida em uma prolongada disputa internacional sobre liberdade de expressão.

“Se observarmos o que está acontecendo ao redor do mundo, é evidente que estamos vivendo um momento perigoso para todos que acreditam na liberdade de expressão — um direito humano fundamental garantido pela Constituição dos EUA e reconhecido globalmente, até mesmo pelas Nações Unidas”, afirmou o CEO da Rumble, Chris Pavlovski, em entrevista à emissora Fox News em maio, depois do envio da carta do DOJ. 

O ministro Alexandre de Moraes determinou a interrupção da Rumble no Brasil em fevereiro, alegando que a empresa não atendeu às ordens judiciais, que exigiam a exclusão das contas de um brasileiro residente nos EUA que solicita asilo político.

“O fato de a Rumble ter se tornado um protagonista nessa luta global pela liberdade de expressão valida poderosamente nossa missão”, completou Pavlovski. “Temos orgulho de estar na linha de frente desse esforço e somos gratos que o presidente Trump e sua administração tenham tornado essa batalha uma prioridade da política externa.” 

Banimento do Rumble por Moraes desagradou governo dos EUA 

O governo dos EUA agora tem Moraes em seu alvo. Além da carta do DOJ, que esclarece o suposto abuso de autoridade internacional do ministro ao intervir nas leis americanas e na Primeira Emenda, o secretário de Estado, Marco Rubio, expressou durante uma audiência no Congresso que o juiz pode estar sujeito a sanções.

A Rumble, um usuário acusado de disseminar na internet e considerado fugitivo no Brasil, foi ordenada pelo ministro do STF a ser removida. No entanto, a Rumble não obedeceu à ordem e foi ameaçada com penalidades financeiras por sua falta de cooperação. Em uma carta assinada por Ada E. Bosque, funcionária do DOJ, ela afirma que “Essas supostas ordens à Rumble são feitas sob ameaça de sanções financeiras e outras penalidades”.

“Não tomamos posição quanto à aplicabilidade das ordens e outros documentos judiciais que instruem a Rumble a agir dentro do território brasileiro, pois isso é matéria do Direito brasileiro”, escreveu Ada. “No entanto, na medida em que esses documentos instruem a Rumble a tomar ações específicas nos Estados Unidos, aconselhamos respeitosamente que tais ordens não são executáveis judicialmente em solo norte-americano.” 

“A carta do Departamento de Justiça dos EUA a um juiz estrangeiro sobre ordens de censura é sem precedentes”, disse Pavlovski. “Ela traça um limite claro: autoridades estrangeiras não podem emitir ordens de censura que violem a Primeira Emenda ou contornem a legislação dos EUA.” 

A correspondência também destacou a presença de vias legais definidas para processos internacionais, as quais, conforme o DOJ, foram desconsideradas pelo juiz brasileiro. A carta fornece orientações a Moraes sobre as medidas apropriadas que ele poderia adotar em resposta às decisões judiciais.

A plataforma Rumble já encontrou barreiras em vários países e está atualmente bloqueada na China, Rússia, França e Brasil. O site também sofreu pressões por censura no Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia, contudo, continua a se comprometer com a “liberdade de expressão”.

Rubio anunciou carta na mesma data em que citou Lei Magnitsky 

A divulgação da carta do DOJ ocorreu durante a audiência de Rubio na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes em maio. Na mesma ocasião, ele também mencionou que o Departamento de Estado está avaliando a possibilidade de impor sanções a Moraes sob a Lei Magnitsky. Essa legislação permite que o governo dos EUA sancione indivíduos estrangeiros acusados de violações de direitos humanos ou corrupção.

“Temos visto censura generalizada e perseguição política contra toda a oposição, incluindo jornalistas e cidadãos comuns”, afirmou o deputado republicano da Flórida Cory Mills na audiência de maio. “O que eles estão fazendo agora é a iminente e politicamente motivada do ex-presidente Bolsonaro.” 

Dias depois da audiência, Rubio publicou no X que o Departamento de Estado vai impor restrições de visto a estrangeiros considerados “cúmplices” na censura de norte-americanos. “Os estrangeiros que trabalham para minar os direitos dos americanos não devem desfrutar do privilégio de viajar para nosso país”, escreveu o secretário, sem citar nomes. 

Lula, em comentários feitos nesta semana, criticou duramente os EUA por ameaçarem sancionar Moraes. “É inaceitável que o presidente de qualquer país do mundo comente decisões da Suprema Corte de outro país”, afirmou o petista nesta terça-feira, 3, segundo a agência de notícias Reuters. 

O presidente brasileiro acrescentou que os EUA deveriam compreender a importância de “respeitar a integridade das instituições de outros países”. As informações são da Revista Oeste.



Comentar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *