Celso Amorim diz que fala de Maduro sobre o sistema eleitoral brasileiro não foi ‘ofensiva’
Nesta quinta-feira, 26, Celso Amorim, assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, afirmou que as declarações do ditador venezuelano, Nicólas Maduro, referentes ao sistema eleitoral brasileiro não foram “ofensivas”, mas sim, observações “específicas”.
Amorim também confirmou que continuará com sua viagem planejada à Venezuela para observar as eleições presidenciais do país, agendadas para o próximo domingo, dia 28. Nicolás Maduro competirá contra Edmundo González.
“Em princípio, não desmarquei”, falou Celso Amorim ao jornal G1 sobre a viagem programada com Maduro. “Tudo é conversável, as coisas evoluem, mas estou programado para ir. E foi dito explicitamente que eu seria bem-vindo para contribuir para uma eleição correta e limpa. Que quem ganhar possa tomar posse tranquilamente.”
As falas de Maduro levaram à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de abster-se de enviar observadores para as eleições na Venezuela. No entanto, Amorim enfatizou que as declarações “não foram ofensivas conosco, que foram alusões”.
Finalmente, o conselheiro especial do Presidente da República enfatizou que “não podemos” participar “no jogo” do ditador Nicolás Maduro para “piorar as coisas”.
Comentários de Nicolás Maduro sobre a integridade dos sistemas eleitorais
Nicolás Maduro declarou, durante um comício, que as eleições na Venezuela são “seguras e auditáveis”, diferentemente das que ocorrem no Brasil, Estados Unidos e Colômbia.
“Temos o melhor sistema eleitoral do mundo, com 16 auditorias”, disse Maduro. “Onde mais no mundo se faz isso? Nos Estados Unidos? O sistema eleitoral é inauditável. No Brasil? Eles não auditam um único registro. Na Colômbia? Eles não auditam um único registro”.
Após as declarações na quarta-feira, 24, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, comunicou o cancelamento da viagem dos dois observadores do TSE à Venezuela.
“A Justiça Eleitoral brasileira não admite que, interna ou externamente, por declarações ou atos desrespeitosos à lisura do processo eleitoral brasileiro, se desqualifiquem com mentiras a seriedade e a integridade das eleições e das urnas eletrônicas no Brasil”, disse Cármen.
Segundo a ministra, as urnas eletrônicas são auditáveis e confiáveis. Cármen apontou que “Nunca se conseguiu demonstrar qualquer equívoco ou instabilidade em seu funcionamento”, observou.
“Na democracia brasileira, o voto do eleitor é livre e garantido democraticamente por um processo transparente, de lisura e excelência comprovada, o que assegura a confiança do brasileiro no sistema adotado.” As informações são da Revista Oeste.
O Celso Amorim está procurando vaga no avião do maduro.