Ex-assessor de Janones, indiciado em caso de ‘rachadinha’, concorre a vereador pelo PT
Alisson Camargos, ex-assessor de André Janones (Avante-MG) no Congresso, foi indiciado pela Polícia Federal junto ao parlamentar nesta quinta-feira (12/09) em uma investigação relativa a um alegado esquema de rachadinha. Durante as eleições municipais deste ano, Alisson concorrerá a um cargo de vereador pelo PT em Ituiutaba, localidade de forte influência de Janones.
Depois de sair do escritório do deputado, Alisson assumiu o cargo de secretário municipal de Meio Ambiente. Janones concorreu para prefeito na cidade em 2016 e terminou em segundo lugar com 13 mil votos. A coluna revelou um áudio no qual o deputado exige a devolução dos salários dos funcionários, alegando que precisa pagar uma parte de uma dívida supostamente acumulada devido à campanha.
Ex-colegas de gabinete testemunharam que Alisson discutia sobre a implementação do esquema de “rachadinha”. Mário Celestino da Silva Júnior, que também foi um antigo assistente de Janones e foi indiciado, é outro nome nessa história. Ele atuou ao lado de Janones no ano de 2022.
“A investigação das movimentações financeiras de Mário e Alisson, bem como os próprios dados bancários e fiscais do parlamentar, confirmaram as suspeitas iniciais. Essas análises permitiram inferir que esses assessores atenderam à solicitação, conforme o registrado no áudio, e devolveram parte de suas remunerações por meio de diferentes mecanismos”, diz trecho do relatório da PF, obtido pela coluna do Paulo Cappelli do Metrópoles.
O relatório sugere que, entre 2019 e 2023, Mário desembolsou R$ 1,1 milhão no cartão de crédito, embora sua renda no mesmo intervalo tenha sido de R$ 940 mil. Foi descoberto pelos investigadores que o assessor possuía um cartão extra em nome de André Janones. “Ao que tudo indica, o único objetivo de Mário ao emitir o cartão adicional era o de repassar parte da sua remuneração para o parlamentar”, aponta a PF.
No caso de Alisson, os investigadores identificaram um padrão de retiradas em dinheiro logo após o depósito do salário. A Polícia Federal avaliou que essa prática, em conjunto com um áudio onde ele confessa a restituição do dinheiro, constituíram uma forte suspeita de envolvimento em corrupção passiva.
A solicitação para devolução de salário foi revelada através de uma gravação em novembro de 2023. A partir desse evento, o deputado foi alvo de um pedido de cassação, que foi arquivado pelo Conselho de Ética da Câmara. No entanto, a investigação policial prosseguiu. As informações são do Metrópoles.