Boulos Culpa Agro Pela Alta do Café e É Desmentido nas Redes 

Psolista foi respondido pelo investidor Leandro Ruschel
Guilherme Boulos Foto, EFE,Sebastião Moreira Guilherme Boulos Foto, EFE,Sebastião Moreira
Guilherme Boulos Foto, EFE,Sebastião Moreira

Psolista foi respondido pelo investidor Leandro Ruschel

Nesta quarta-feira, 29, o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) afirmou que a elevação de quase 40% no valor do café no Brasil é consequência da exportação do produto realizada pelo agronegócio. Ele acusou o setor de dar preferência ao lucro externo, negligenciando o consumidor brasileiro.

Contudo, a avaliação dele foi contestada pelo investidor Leandro Ruschel, que esclareceu minuciosamente o funcionamento do mercado global de café e o porquê do equívoco na afirmação de Boulos, representando uma interpretação distorcida da realidade econômica.

Em publicação no Twitter/X, Boulos comparou o aumento de quase 40% no preço do café com a exportação de R$ 75 bilhões do grão pelo agronegócio brasileiro. “Primeiro, vem o lucro; se sobrar algo, vendem no mercado interno”, declarou. “Resultado: riqueza para meia dúzia de exportadores, e comida mais cara no prato de milhões de brasileiros.” 

O parlamentar propõe que a elevação do custo do café no Brasil poderia ser consequência de uma preferência do agronegócio pelas exportações, em detrimento do fornecimento interno. Boulos também insinua que o atual modelo favorece somente uma pequena elite de exportadores, enquanto a população em geral é afetada pelos preços elevados.

Em resposta à publicação de Boulos, Leandro Ruschel analisou o funcionamento do mercado global de café. Ele destacou que o preço do produto é determinado por fatores como oferta e demanda, não pela ganância dos exportadores.

“Há vários produtores no mundo, que geram uma oferta do produto, no caso o café”, disse Ruschel. “Há a demanda, gerada pelos consumidores. A relação entre oferta e demanda produz um preço de equilíbrio.” 

Ele enfatizou que o café é uma “commodity” com demanda bastante constante, no entanto, mudanças na oferta, afetadas por elementos como condições climáticas, podem influenciar os preços de maneira significativa.

Ruschel também destacou a eficiência do Brasil na produção de café, que permite ao país não apenas suprir a demanda interna, mas também exportar para o mercado global. “Se um país é eficiente na produção de um produto, como o Brasil é em relação ao café, ele consegue suprir a demanda interna, e ainda exportar para o mercado externo.” 

Boulos é refutado por analista 

Ruschel defendeu que, ao contrário de ser danoso, o modelo atual cria um ciclo de prosperidade que favorece a economia como um todo. Ele esclareceu que, com a exportação de café, o Brasil ganha moedas estrangeiras, reforça a balança comercial e incentiva investimentos no setor.

“O Brasil aumenta o ingresso de divisas internacionais, favorecendo a balança comercial e enriquecendo o país, não apenas o produtor, visto que ele vai investir mais no negócio, contratar mais gente, comprar mais insumos, consumir mais, e o saldo que sobrar, ele vai deixar no banco, que usará os recursos para emprestar mais, fazendo toda a economia nacional crescer,” disse. 

Ruschel expressou críticas à perspectiva de Boulos e outros apoiadores de políticas socialistas, que ele acredita perpetuam um “ciclo da miséria”. Ele alertou que iniciativas como a taxação de exportações ou a proibição de vendas ao exterior, já debatidas por partes do governo, poderiam resultar em redução da produção, escassez de produto e elevação de preços.

“Caso ela fosse implementada, o aumento da oferta interna levaria à queda de preços, comprimindo o lucro do produtor”, explicou o analista. “Há um desincentivo à expansão da produção, o que faz com que a queda inicial dos preços seja revertida para alta do preço, num segundo momento, pela queda da produção.” 

Ruschel foi bastante enfático ao declarar que medidas intervencionistas, tais como o “controle de preços”, têm a tendência de causar escassez e danificar a economia em geral. Ele fez referência a exemplos históricos de governos socialistas que implementaram ações parecidas e levaram suas nações a crises econômicas.

“Quando o preço aumenta, pelos motivos apresentados, os néscios socialistas tiram da manga a ‘brilhante’ medida de tabelar os preços”, ironizou. “Como ninguém trabalha para produzir prejuízos, o ‘ganancioso’ produtor que ‘só pensa em lucro’ fecha as portas, promovendo a escassez, ou seja, o produto fica indisponível ao público.” 

Boulos critica o modelo atual, acusando-o de favorecer uma minoria em detrimento da maioria, enquanto Ruschel argumenta que o mercado global de café opera sobre princípios econômicos sólidos que, quando observados, geram prosperidade e desenvolvimento para a nação.As informações são da Revista Oeste. 

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