Banco Central ‘Queima’ R$190 Bilhões em Reservas Cambiais para Conter Alta do Dólar

Intervenções Emergenciais no Mercado
Notas De Real E Dólar Notas De Real E Dólar
Notas de Real e Dólar | Amanda Perobelli/Reuters

Intervenções Emergenciais no Mercado

O Banco Central (BC) anunciou um novo leilão de US$3 bilhões (aproximadamente R$18,5 bilhões) nesta quinta-feira (26), em uma tentativa de conter a valorização do dólar. Com isso, o montante total utilizado desde o início da disparada da moeda americana, há cerca de dez dias, alcançará US$30,76 bilhões (cerca de R$190 bilhões).

Essas intervenções refletem uma resposta emergencial à pressão cambial, mas também levantam questionamentos sobre a estratégia do governo em lidar com os efeitos da valorização do dólar.

Impacto do Desequilíbrio Fiscal

Especialistas atribuem parte significativa da instabilidade cambial ao desequilíbrio fiscal e à percepção de falta de comprometimento do governo com o equilíbrio das contas públicas. Declarações recentes do presidente (PT) e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após a alta hospitalar de Lula, também foram apontadas como fatores que intensificaram a desconfiança no mercado.

  • Lula e Haddad reiteraram críticas ao “mercado”, referindo-se aos investidores que financiam o governo por meio de instrumentos como o Tesouro Direto.
  • O mercado interpretou as falas como um sinal de falta de alinhamento com as expectativas de austeridade fiscal.

Comparação com o Pacote Fiscal

Os R$190 bilhões já utilizados pelo Banco Central nos últimos dez dias representam mais do que o dobro dos R$75 bilhões previstos pelo pacote fiscal aprovado pelo Congresso na semana passada. Esse pacote, considerado tardio e insuficiente por analistas, prometia cortes em 15 anos, enquanto os gastos com as reservas cambiais foram realizados em pouco mais de uma semana.

Taxa de Juros e Projeções

O Banco Central também prevê que a taxa Selic pode atingir 14,25% até fevereiro, pressionada pela necessidade de controlar a inflação e estabilizar o câmbio. Essa alta reflete os desafios impostos por uma política fiscal considerada desordenada e pelos impactos das declarações do governo federal no mercado financeiro.

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