Assessores de Vereadora em SP Faziam Parte de ONG Ligada ao PCC

Grupo investigado oferecia “plano de saúde” para criminosos
Luciene Neves Ferreira, Presidente Da ONG Ligada Ao PCC Luciene Neves Ferreira, Presidente Da ONG Ligada Ao PCC
Luciene Neves Ferreira, presidente da ONG ligada ao PCC, e o marido Geraldo da Costa: conexões políticas em SP | Foto: Reprodução/Twitter/X

Grupo investigado oferecia “plano de saúde” para criminosos

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) descobriu que dirigentes da ONG Pacto Social e Carcerário, suspeita de criar um “plano de saúde” para presos do Primeiro Comando da Capital (PCC), atuavam como assessores parlamentares de uma ex-vereadora da Câmara Municipal de São Paulo. Até o momento, as autoridades não divulgaram o nome da ex-parlamentar.

De acordo com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), a investigação também apura se Kauê do Amaral Coelho, de 29 anos, suspeito de envolvimento no assassinato do empresário Vinícius Gritzbach e ligado à ONG, teria se infiltrado na administração municipal.

Casal que liderava ONG foi preso

A operação revelou que Luciene Neves Ferreira, de 46 anos, presidente da ONG, atuava como assessora parlamentar na Câmara. Seu marido, Geraldo Sales da Costa, de 55 anos, ocupava o cargo de coordenador especial de gabinete da mesma vereadora.

O casal foi preso no último dia 14 de janeiro. Além deles, outras 10 pessoas – incluindo três advogados – também foram detidas durante a Operação Scream Fake, conduzida pelo Gaeco e pela Polícia Civil de São Paulo. O MPSP denunciou todos os envolvidos por associação criminosa.

ONG financiou filme exibido na Globoplay e Netflix

Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços ligados à ONG, as autoridades encontraram planilhas detalhando reuniões entre Kauê, Geraldo, Luciene e a ex-vereadora, que ocorreram durante o mandato da parlamentar.

As investigações também indicam que Kauê pagou R$ 18.350,00 em passagens aéreas para a Europa ao diretor do documentário “O Grito”, Rodrigo Gianetto. O filme, exibido na Globoplay e na Netflix, critica o suposto tratamento severo dado a criminosos no sistema prisional brasileiro. A Polícia Civil identificou o pagamento em um depósito feito para uma agência de turismo em Jundiaí (SP).

As investigações seguem em andamento para apurar o alcance da infiltração do grupo na administração pública e seu possível envolvimento em outras atividades criminosas.

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