Alexandre de Moraes: “Populismo digital extremista” não foi derrotado

Moraes marca dois anos de atos de vandalismo em Brasília e alerta para persistência do ‘populismo digital extremista’
Presidente Do TSE, Alexandre De Moraes Presidente Do TSE, Alexandre De Moraes
Presidente do TSE, Alexandre de Moraes, na abertura dos trabalhos em 2024 | Foto: Luiz Roberto/Secom/TSE

Moraes fala após dois anos de atos de vandalismo em Brasília e alerta para persistência do ‘populismo digital extremista’

Nesta quarta-feira (8), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, fez um discurso marcando os dois anos dos atos de vandalismo de 8 de janeiro de 2023, que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília. Durante o evento, Moraes disse que o “populismo digital extremista” não foi derrotado, conforme muitos acreditavam, e que os atos daquele dia demonstraram a persistência desse movimento.

O ministro relembrou os acontecimentos que antecederam a invasão, como os acampamentos em frente aos quartéis e o bloqueio de rodovias após a vitória de Luiz Inácio da Silva nas eleições presidenciais de 2022. Para Moraes, essas manifestações foram amplificadas e impulsionadas por perfis nas redes sociais. Ele ainda ressaltou que os manifestantes receberam apoio de grupos extremistas da internet.

“Todos nós achávamos que o golpismo, esse novo populismo digital extremista, tinha se dado por vencido. E nós erramos. Porque não estava vencido, e não está vencido. Não estava vencido e no 8 de janeiro isso foi demonstrado”, afirmou o ministro.

Moraes também afirmou que os eventos de 8 de janeiro não configuraram uma manifestação democrática, mas uma tentativa de golpe. Segundo ele, os golpistas, por meio da impunidade e da “loucura total das redes sociais”, filmaram suas próprias ações criminosas e até convocaram outros a participar do movimento.

“Não houve uma manifestação livre, não houve uma manifestação democrática. Houve uma tentativa de golpe, uma tentativa de golpe filmada pelos próprios golpistas. O sentimento de impunidade e a loucura total das redes sociais fez com que os próprios criminosos se filmassem praticando os crimes e postassem convocando novos criminosos a aderirem à tentativa de golpe”, declarou Moraes.

Ao fazer um balanço das ações judiciais decorrentes dos atos de 8 de janeiro, o ministro destacou que o Brasil demonstrou que a Constituição Federal oferece os mecanismos necessários para combater golpistas e criminosos. Em dois anos de investigações, o STF já condenou 371 pessoas envolvidas na invasão e destruição das sedes do STF, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto. Essas ações causaram um prejuízo superior a R$ 26 milhões.

As penas para os condenados variam de três a 17 anos de prisão, e 70 pessoas já cumprem suas penas de forma definitiva, sem possibilidade de apelação.

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