Vice-presidente reage a tarifa de 50% dos EUA e propõe diálogo comercial para proteger exportações brasileiras
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou nesta terça-feira (19) que é momento de “acalmar os ânimos” nas relações com os Estados Unidos e investir no diálogo diplomático e comercial após a aplicação de uma tarifa de 50% sobre uma ampla gama de exportações brasileiras para o mercado norte-americano.
As declarações ocorreram durante uma conferência promovida por um banco em São Paulo, onde Alckmin também discursou na condição de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Segundo o vice-presidente:
“O objetivo agora é apostar na negociação comercial, tentar diminuir as tarifas, socorrer os setores mais afetados da economia brasileira e investir na ampliação de mercados.”
Alckmin criticou a decisão do governo do presidente Donald Trump, dizendo que não há justificativas econômicas para a medida. Em tom descontraído, comentou:
“No nosso tempo, hoje, no mundo, não tem monotonia. Mas nada como um anestesista para acalmar os ânimos e a gente buscar uma boa negociação e um bom diálogo, que está caminhando.”
Ele ainda afirmou:
“O nosso trabalho é aumentar a exclusão: mais produtos saírem da tarifa. E reduzir essa alíquota. Se nós temos 2,7% de média de tarifa de importação, não tem sentido ter 50% para entrar nos EUA.”
Relação comercial entre Brasil e EUA é destacada por Alckmin
O vice-presidente ressaltou a importância estratégica dos EUA para o Brasil:
“Temos quase 4 mil empresas americanas no Brasil. Os EUA são os maiores investidores no Brasil e o segundo parceiro comercial do país. Só a China compra mais que os EUA. Mas os americanos compram muitos produtos de valor agregado, o que é muito importante para nós.”
Alckmin também pontuou que, apesar do déficit comercial dos EUA, o Brasil é exceção:
“Do G20, só com três países eles têm superávit: Brasil, Reino Unido e Austrália.”
Tarifa de Trump é vista como retaliação política
A tarifa de 50% foi justificada pelo governo Trump como uma resposta política ao que considera uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A administração norte-americana alega que o Judiciário brasileiro estaria perseguindo Bolsonaro com o objetivo de inviabilizá-lo politicamente. Bolsonaro atualmente é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por supostamente ter liderado uma tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022.
O julgamento de Bolsonaro e outros sete réus está marcado para o próximo dia 2 de setembro.
Investigação comercial amplia tensão diplomática
Além da tarifa, os Estados Unidos abriram uma investigação comercial por meio do Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR). A iniciativa partiu de um pedido de Donald Trump e busca apurar práticas comerciais supostamente desleais do Brasil.
Entre os motivos apresentados, estão disputas judiciais envolvendo plataformas digitais norte-americanas, o que aumenta ainda mais a tensão diplomática entre os dois países.
Qual seria a negociação? Os requisitos já foram postos a mesa. A negociação ao meu ver é simples, basta atender o que foi solicitado. E voltamos a ser uma democracia ampla, sem lacrações , perseguições, justiça célere seguindo os ritos e para ficar bem alinhados. Políticos com processos nos STF, ter julgamentos rápidos, suspendendo aos que terminarem seus mandatos porém com processo em aberto não poderem concorrer. Pessoas com nome no Serasa ou SPC não conseguem empregos. Só para pensar.