Aeronáutica prevê utilização da Base de Alcântara para lançamentos de foguetes da SpaceX de Elon Musk

Relatório feito com participação de militares cita Space X como parceira em potencial
O Presidente Luiz Inácio Lula Da Silva, O Ministro Da Defesa, José Múcio O Presidente Luiz Inácio Lula Da Silva, O Ministro Da Defesa, José Múcio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministro da Defesa, José Múcio, e o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Marcelo Damasceno, apresentam projeto que prevê a criação da Alada, empresa pública aeroespacial | Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

Relatório feito com participação de militares cita Space X como parceira em potencial

Em outubro, o projeto de lei que estabelece a Alada, uma companhia pública aeroespacial, foi assinado pelo presidente Luiz Inácio da Silva (PT). Essa ação faz parte do objetivo dos militares da Aeronáutica de converter a Base de Alcântara, localizada no Maranhão, em um hub para lançamentos de foguetes da Space X, empresa de Elon Musk.

De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, a empresa de foguetes do bilionário norte-americano é vista pela Força Aérea Brasileira (FAB) como um “cliente especial”.

A publicação destaca que um relatório elaborado por um grupo interministerial com participação de oficiais da Força defende a ideia de que a estatal tenha primazia na exploração comercial das atividades privadas no local e faz menção à companhia estrangeira.

“A Space X domina a reutilização e executa os lançamentos da Starlink em custo marginal, com a recuperação e reutilização do Falcon 9 se tornando um novo padrão, o primeiro lançador totalmente reutilizável, abrindo o caminho para lançamento a custo marginal”, consta no documento. Outras empresas também são citadas, como a Virgin Galactic e a Blue Origin.

Já existem parcerias entre as Forças Armadas brasileiras e Elon Musk. Serviços da Starlink foram contratados pelo Comando Militar da Amazônia em agosto para unidades militares na região.

TCU investe em inquérito sobre suposto favorecimento à empresa de Elon Musk em licitação

No mês de setembro, o Tribunal de Contas da União (TCU) começou a investigar um possível favorecimento em uma licitação de R$ 5 milhões, dado que a empresa em questão era a única apta a cumprir com o edital.

Durante as enchentes no Rio Grande do Sul, o Exército disponibilizou a rede de satélites.

De acordo com o Estadão, a Alada, caso seja oficialmente estabelecida – e isso ainda precisa da aprovação do Congresso -, será financiada por recursos do Tesouro e será uma subsidiária da Nav Brasil, ligada ao Ministério da Defesa e liderada pelo major-brigadeiro do ar José Pompeu dos Magalhães Brasil Filho.

O relatório indica que a nova empresa pública poderia estabelecer filiais internacionais e se associar a outras empresas do setor público. O lançamento do plano de negócios poderia resultar na Alada parando de utilizar fundos federais “em curto espaço de tempo”, conforme o documento.

A investigação do jornal revelou que os militares acreditam que a localização de Alcântara próxima à linha do Equador oferece uma vantagem competitiva em relação a outros centros de lançamento globais, já que o consumo de combustível é reduzido.

A razão para isso é a localização próxima ao espaço, o que diminui a distância a ser percorrida e a propulsão necessária.

O Estadão tentou entrar em contato com a FAB, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e o Ministério da Defesa, mas eles optaram por não se pronunciar.As informações são da Revista Oeste.

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