Luiz Maurício Carvalho e Silva fez transações com investigado da Polícia Federa (PF) em inquérito sobre compra de kits de robótica
Luiz Maurício Carvalho e Silva, advogado de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, foi contratado pela Caixa Econômica Federal para atuar como consultor da presidência do banco. Silva esteve envolvido em transações com uma pessoa investigada pela Polícia Federal (PF) em um inquérito relacionado à compra de kits de robótica.
O presidente da Caixa, Carlos Vieira, foi nomeado por Lira após um pacto entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o centrão. Conforme relatado à Folha de S.Paulo por funcionários, o vencimento do advogado na agência é aproximadamente R$ 40 mil.
A Caixa contratando o advogado de Lira gerou interesse devido às suas ligações com o deputado. Segundo uma matéria da Folha, Silva atua como defensor do deputado em um processo envolvendo posseiros e terras não declaradas no Estado de Pernambuco. O mesmo advogado também representou a mãe do parlamentar em outro processo judicial.
Adicionalmente, o advogado esteve empregado na Codevasf até junho de 2023, uma empresa estatal igualmente influenciada por Lira e que foi objeto de “denúncias de corrupção” envolvendo fundos de emendas parlamentares.
Advogado de Arthur Lira fez transações com alvo da PF
Segundo a investigação da Polícia Federal, o advogado de Arthur Lira efetuou transações financeiras entre dezembro de 2021 e novembro de 2022 com Murilo Sergio Juca Nogueira Junior, que é objeto de investigações relacionadas a fraudes na aquisição de kits de robótica.
Luiz Maurício entregou a Nogueira a quantia de R$ 50 mil. Segundo ele, essa quantia é a quitação de um empréstimo pessoal. Ele justificou dizendo que “É um empréstimo pessoal entre amigos”.
Lira indicou a alocação de R$ 33 milhões em emendas do relator para a aquisição desses kits de robótica para instituições educacionais em Alagoas. A totalidade dos fundos favoreceu apenas uma empresa do Estado, a Megalic, associada a uma família que tem aliança com o grupo político do presidente da Câmara.
A investigação foi iniciada pela PF devido a suspeitas de “superfaturamento”. No entanto, em agosto de 2023, Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, ordenou a anulação de todas as evidências relacionadas ao presidente da Câmara.
Em nota, a Caixa afirmou que a contratação de Luiz Maurício “obedeceu aos ritos de governança e integridade” da instituição.
“O banco adota mecanismos de compliance, estabelecendo diretrizes que visam a identificar e mitigar conflito de interesse de seus empregados e colaboradores, assegurando a conformidade com as normas e valores que regem a organização”, ressaltou o comunicado. As informações são da Revista Oeste.