Ministros estabeleceram ainda a perda do mandato e o pagamento de uma multa de R$ 2 milhões a ser dividida cm o hacker ‘Vermelho’
Na sexta-feira, 9, a maioria da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela condenação da deputada Carla Zambelli (PL-SP) a 10 anos de reclusão, em regime inicial fechado.
Além de ter que pagar uma multa de R$ 2 milhões por danos moral e coletivo, Carla também pode perder o mandato. O valor será dividido com Walter Delgatti, o hacker conhecido como “Vermelho” durante a época da Vaza Jato. Delgatti também foi recentemente condenado pelo STF, com uma sentença de oito anos e três meses de prisão.
Segundo a acusação feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Carla instruiu Delgatti a colocar um falso mandado de prisão para o ministro Alexandre de Moraes no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), juntamente com uma ordem de bloqueio de bens em nome do juiz do STF. Como resultado, a PGR acusou os dois de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.
Os votos de Moraes, relator do caso, foram acompanhados pelos ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin. Ainda precisam votar Luiz Fux e Cármen Lúcia.
Ato imputado a Carla Zambelli
Ocorreu um ataque ao CNJ em janeiro de 2023. Naquele momento, foi emitido um “mandado falso de prisão contra Moraes”.
“Expeça-se o mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes”, informava o documento. “Publique-se, intime-se e faz o L.”
Um recibo de bloqueio de R$ 22,9 milhões em bens do ministro também foi produzido. Este valor correspondia à multa que Moraes impôs ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, por “criticar o sistema eleitoral”.
Nota da defesa
“Estou sendo vítima de uma perseguição política que atenta não apenas contra minha honra pessoal, mas também contra os princípios mais elementares do Estado de Direito. O que está em julgamento não são ações concretas, mas minha postura firme, minha voz ativa e minha defesa inabalável dos valores conservadores que represento.
Repito: não há qualquer prova que sustente essa condenação. O que existe é uma tentativa clara de silenciar uma mulher de direita, deputada eleita pelo povo, que não se curva diante de abusos de poder.
Sigo com a consciência tranquila, pois jamais agi com dolo, violência ou má-fé, e nunca cometi nenhum ato criminoso punível pela legislação brasileira.
Apesar da dor de ver a justiça terrena falhar, minha fé permanece inabalável. Confio plenamente na justiça de Deus — soberana, reta e incorruptível. Ele conhece meu coração e sabe da verdade que sustento.
Minha única fonte de renda é o salário do meu trabalho como deputada. Um político honesto, que vive do próprio salário, jamais teria recursos para pagar uma multa despropositada que ultrapassa R$ 4,5 milhões, referente aos dois julgamentos em curso na Corte. Trata-se de algo que extrapola qualquer limite do razoável.
Agradeço o apoio que tenho recebido de tantas pessoas que compreendem que este processo ultrapassa as fronteiras jurídicas e adentra o perigoso território da perseguição ideológica.
Continuarei de pé, sem jamais abandonar os princípios que me trouxeram até aqui.
Só termina quando Deus disser que acabou. A verdade prevalecerá”.
As informações são da Revista Oeste.